quarta-feira, 20 de julho de 2011

E eu me entupindo de doces às 03:28 da manhã, me roendo de ódio por ter perdido o grande amor da minha vida, Sr. L. Será que te esquecei, será que virá outro?
...

Um soneto ridículo para um amor sincero

Receio que o teu passeio em minha vida tenha sido curto demais.
Receio em olhar o tempo de nós dois que ficou para trás.
Receio ainda mais o olhar que terias agora ao me ver,
receio desprezo, saudades, lembranças de me ter

vendo em telescópio as estrelas e a lua,
vendo flores de origami refletindo uma alma que era só sua,
vendo cds gravados e os ouvindo,
vendo, me vejo redimindo.

Dizem que foram certos na hora errada.
Não sei ao certo, não importa,
o que vivemos foi um tudo e um nada

Reluzente, afiado como uma navalha corta,
teu coração fez no meu, e eu parada
aceitei você, com o coração, fechar a porta.

...

Sonho Bom

Gram

Composição: Sérgio Guilherme Filho/Marco Loschiavo

Acordei de um sonho bom
Que eu queria gravar
Pra poder mostrar pra alguém
Que pudesse apontar

De onde vem esse anjo?
Com quem sonhei?

Reconheço aquele olhar
E o que havia em volta
Mas se é tão familiar
Quero essa resposta

Quem mandou esse anjo?
Com quem sonhei? Diz pra mim...

Ela veio e linda me tirou pra namorar
Mas foi só um beijo que fez-me despertar
Quero reprisar
O sonho bom

De onde vem? Tão angelical...
É por isso que eu sonhei

Ela veio e linda me tirou pra namorar
Mas foi só um beijo que fez-me despertar
Quero reprisar
Esse sonho bom


segunda-feira, 18 de julho de 2011

Aborrecida


Faz tempo que não escrevo nada aqui. Estou compartilhando meus pensamentos comigo mesma (como se eu tivesse um outro "eu" - múltiplas personalidades? Creio que não.) para evitar falar, como posso dizer sem falar um palavrão, oras, para não falar MERDA. Mas tenho muita coisa a dizer. Quando chegar ao meu destino (e quem lê isso entederá nos posts daqui há mais ou menos um mês ou quando a coisa, o tal "destino", se revelar, em breve espero) muitas coisas serão escritas. Começarei por mim, egoísta assumida. Escreverei para mim e quem sabe para quem quiser ler conselhos e experiências. Tudo mudará enfim. Parece papo de doido pra maluco, mas em breve será entendido. Não haverá "eu" e "eu interior". Somente eu. Terei que administrar meu Id, meu Ego e Superego de maneira eficaz, aproveitando o tempo Kairós, seguindo instintos de liberdade, auto-conhecimento, prazer, alegria, tristezas, dissimulações e experiências da convivência com seres humanos patéticos ( e aprendizado, uma pena, estamos no jogo da vida), perdas, desilusões, práticas, estilo de vida, preferências, renascimento. Serei eu, Clarisse.
....

(Sem título)

Me fez grande
quando eu não acreditava nem em mim.
Sim, eu acreditei: findou-se
a chuva em ti.

Realmente uma gota desceu
mas não na tua boca que ela tremeu,
foi nos olhos teus ao me ver chorar.
Hora de partir, hora de acordar.

Nem tudo é sonho,
mas digo
foi sonho.

Valeu o que tinha pra se viver...

(Resposta pretensiosa à uma música e direta à uma pessoa)

...

Linda Rosa
Composição: Gugu Peixoto / Luis Kiari

Pior que o melhor de dois
Melhor do que sofrer depois
Se é isso que me tem ao certo
A moça de sorriso aberto

Ingênua de vestido assusta
Afasta-me do ego imposto
Ouvinte claro, brilho no rosto
Abandonada por falta de gosto

Agora sei não mais reclama
Pois dores são incapazes
E pobres desses rapazes
Que tentam lhe fazer feliz

Escolha feita inconsciente
De coração não mais roubado
Homem feliz, mulher carente
A linda rosa perdeu pro cravo


quarta-feira, 4 de maio de 2011

Para completar o post anterior


Heroes & Saints

Composição : Nicolaj Grandjean

http://www.youtube.com/watch?v=cB8du_crJCo

Turn the lights down
Rest your case
Leave me lonely, sugar
This honeymoon is alright
State your rights lightly
Leave your wicked minds outside
Time has come, to rest these tired eyes
Forever on, these sacred given vows will sit around by me
They're stronger than anything, than anything
Night is allright
Night is okay
Inside your arms the right fire
God forbid, we'll get ourselves burned!
Heroes and saints, better stand by our side now
By our side
Reason says -
Please don't break,
Fortune is the way it swings
Surely we'll get by.
Treason lives, and whenever I preach
Deep within, these promises fade.
For lullaby song on these nights of ours
Place our bets in here
To be stronger than anything
Than anything
Night is allright
Night is okay
Inside your arms the right fire
God forbid, we'll get ourselves burned!
Heroes and saints, better stand by our side now
Night is allright
Night is okay
Inside your arms the right fire
God forbid, we'll get ourselves burned!
Heroes and saints stand by our side now
Night is allright
Night is okay
Inside your arms the right fire
God forbid, we'll get ourselves burned!
Heroes and saints stand by our side now
On these lonely nights of ours
...

Heróis e Santos

Apague as luzes
Descanse o seu momento
Me deixe sozinho, docinho
Esta lua-de-mel está ótima
Alivie seu ânimo devagar
Deixe seus pensamentos ruins lá fora
Chegou a hora, de descansar esses olhos cansados
Para sempre e sempre, esses votos sagrados que demos descansarão à minha volta
Eles são mais fortes que qualquer coisa, qualquer coisa
A noite está ótima
A noite está boa
Entre seus braços a satisfação acende
Deus nos livre, nós vamos nos queimar!
Heróis e santos, melhor ficarem ao nosso lado agora
Ao nosso lado
A razão diz -
Por favor não acabe,
A fortuna é do jeito que oscila
Certamente vamos nos virar.
A traição vive, e sempre que eu prego
No fundo, essas promessas desaparecem.
Pela canção de ninar nestas nossas noites
Coloque nossas apostas aqui
Para sermos mais forte que qualquer coisa
Qualquer coisa
A noite está ótima
A noite está boa
Entre seus braços a satisfação acende
Deus nos livre, pois vamos nos queimar!
Heróis e santos, melhor ficarem ao nosso lado agora
A noite está ótima
A noite está boa
Entre seus braços a satisfação acende
Deus nos livre, pois vamos nos queimar!
Heróis e santos, melhor ficarem ao nosso lado agora
A noite está ótima
A noite está boa
Entre seus braços a satisfação acende
Deus nos livre, pois vamos nos queimar!
Heróis e santos, melhor ficarem ao nosso lado agora
Nestas nossas noites solitárias

A procura


Meu irmão me disse para eu desgrilar com esse negócio de estar à procura de alguém. Mas pensei: "quem procura, acha." Não estou certa? Bem, não sei se estou certa. Só sei que estou solteira há 1 ano, sem opções. Penso em aproveitar o tempo extra que tenho sem companheiro para ler, me aprimorar, malhar bastante (jiu-jitsu, aeroboxe...), aprender a surfar, cuidar do visual... ah, mas cansa não ter alguém para dizer que está com saudades (e estar com saudades mesmo), de querer cozinhar algo gostoso e singelo e do fundo do coração e do forno para alguém especial, andar de mãos dadas, dizer "eu te amo"... Enfim, então enquanto não retorno à minha tentiva de aproveitamento de tempo extra, porque no momento minha mente e alma só pensa na solidão, me joguei na jogatina (engraçado isso). É, aprendi a jogar um pouco de póquer e fico fazendo isso na net. Além de listas infindáveis de livros, discos, filmes e coisas que quero comprar com a pilha de dinheiro que faço me afundando no trabalho para não pensar em quanto eu quero encontrar alguém para dividir um pouco da vida.
Conheci uma pessoa, certo, faz tempo que meu coração não batia daquele jeito, que eu ficava sem graça frente a um homem. Ele me abriu um sorriso e ao mesmo tempo uma chance. Mas ele é tão sisudo! Fechado! Tímido? Sei lá. Adoro os tímidos. Mas aí eu teria que saber se teria uma chance. Sei que é difícil para os tímidos. tentei jogar umas (in)diretas (segundo o livro "Porque os homens amam as mulheres poderosas"... ai, essas merdas de livros de auto-ajuda, por que me meti a ler isso...) fiz tudo errado. E ele não retornou às minhas investidas. Ok. Continuo a sonhar que encontrarei alguém, sonhar esperano meu marido enquanto já botei às crianças para dormir.
Chega uma idade (no caso a minha 30 anos), em que a maioria dos seus amigos se casam, seus pais e parentes te cobram, suas primas mais novas já casaram, ex-namorados seus já casaram e você fica se perguntando: "e por que não eu?". Tá, não é com qualquer doido que me apareça que eu quero casar. Quero fazer outra especialização. Tenho que definir em cidade quero morar. Mas isso pode-se definir juntos.
Rafael, um amigo me perguntou como eu via meu futuro, ou melhor, ansiava, ou visualizava. Disse a ele que se sozinha, me imaginava num lugar com paisagem nublada, numa casa com cheiro de incensos e de um chá de cidreira vindo de um bule vermelho de esmalte, flores que comprei na feira, frutas, legumes, pães e cereais frescos e de boa qualidade, uma coleção de vinhos, cds, vinis, filmes; uma biblioteca, uma janela de moldura branca com vista para o jardim que teria um muro de hera, onde o tempo passava com gosto,qualidade; uma casa pequena, com banheiro de louças brancas e banheira, claro; e uma cama fofa com dossel de ferro fundido, travesseiros de pena de ganso e jogo de cama num estilo romântico/europeu com cheiro de lavanda e naftalina, piso de madeira, um guarda roupa imenso, uma mesa para janela com um jogo de chá e sequilhos, e uma penteadeira onde me olharia e veria: como sou uma bela pessoa, pena não ter encontrado alguém que achasse o mesmo, porém mais tarde irei fazer uma das coisas que mais gosto de fazer, trabalhar com crianças, esse é meu sacerdócio.
Porém, também disse a Rafael que por outro lado imaginava conhecer alguém, alguém que fosse meu amigo, que descobríssemos o amor juntos, que quiséssemos tentar passar o resto da vida juntos, amigos, companheiros, amantes, e no fim amigos novamente. Que eu acordasse de manhã e acordaria as crianças (2, por favor), e colocaria no banho ainda sonolentos, enquanto eu preparava o café da manhã. Que meu amado estaria na cama vendo as notícias do jornal da manhã e eu o chamasse para a refeição enquanto vestia os meninos com o uniforme escolar, perfume, escovar os dentes, pentear os cabelos. Enquanto comiam, eu bebia um café, comeria um pedaço de melão e engoliria meio pão com peito de peru e me enfiaria no banheiro para um banho rápido. Perfume, desodorante, pentear o cabelo. Meu amor chegaria e me daria um beijo, iria fazer a barba e tomar banho. As crianças sonolentas no sofá. Eu me vestindo e enquanto me maquiava gritava pedindo para pegarem as mochilas. Mais um beijo no amor, enrolado na toalha. Pegava minha pasta, meus livros, bolsa, chave do carro, conferia a mochila, dinheiro pro lanche porque não tive tempo de preparar um lanche decente para as crianças hoje (a empregada se atrasou mais uma vez). "Vão pedir a bênção a seu pai." Digo "até mais, vamos almoçar juntos aqui?" Fico sem resposta, depois a gente se fala no celular. Deixo as crianças na escola, e vou à universidade dar aula. Depois da aula ligo para casa perguntando à empregada se falta alguma coisa para o almoço: "falta coisa para suco e alguma salada." Corro ao mercado, compro polpa de cajá, brócolis,mini cenoura e tomates. Deixo em casa. Volto para buscar as crianças. Almoçamos juntos e peço à empregada que faça uma sopa de feijão para o jantar e se puder um bolo de maracujá (tinha maracujá na geladeira!). Vejo a agenda deles enquanto eles tiram a soneca da tarde. Os acordo abraçando e beijando e peço que façam a lição direitinho enquanto vou clinicar à tarde. Meu marido diz que vai chegar um pouco mais tarde e eu entendo(coisas do trabalho, imagino e nem questiono). Atendo uns 10 pacientes. Volto para casa e peço às crianças para tomarem banho "direitinho" enquanto tomo o meu. Eles vestem seus pijamas e acompanho eles se horrizando com a sopa, mas com recompensa de uma bola de sorvete depois. Vejo a lição, tá tudo direitinho, puxaram aos pais, que gracinha! Vão para cama, vêem um pouco de desenhos animados. Digo que está na hora de dormir, abaixo a luz e vamos orar e conto uma estorinha rapidinho porque logo eles dormem. A porta abre e escuto: "cheguei,amor". Vou esquentar a sopa e enquanto jantamos conversamos sobre nosso dia. Enquanto ele toma seu banho, eu tento ler mais um pedaço daquele livro sobre Kant que comprei. Vemos um pouco de tv, começamos a rir, ele me abraça, me dá um beijo, diz que não dabe o quanto me ama e eu vejo que ele vê nos meus olhos o mesmo, e nos beijamos mais ardentemente. E aí nos amamos... Apagam-se as luzes e amanhã começa um novo dia. No fim de semana, um dia as crianças ficam com os avós, para papai e mamãe poderem se curtir. E no outro dia saímos todos para brincar, lanchar e ir à igreja.
Ai, cansei de escrever... será que é pedir muito! Acho que pedir muito é querer gastar uns milhares num casamento tradicional... já deixei de sonhar com isso. Mas se ele quiser, será transformar esse meu sonho de casamento no início de um conto de fadas... Será?

...

Casa Pré-Fabricada
Maria Rita
http://www.youtube.com/watch?v=qKOKrm0CEN8&feature=related

Composição: Marcelo Camelo

Abre os teus armários, eu estou a te esperar
Para ver deitar o sol sobre os teus braços, castos
Cobre a culpa vã, até amanhã eu vou ficar
E fazer do teu sorriso um abrigo

Canta que é no canto que eu vou chegar
Canta o teu encanto que é pra me encantar
Canta para mim, qualquer coisa assim sobre você
Que explique a minha paz
Tristeza nunca mais

Mais vale o meu pranto que esse canto em solidão
Nessa espera o mundo gira em linhas tortas
Abre essa janela, a primavera quer entrar
Pra fazer da nossa voz uma só nota

Canto que é de canto que eu vou chegar
Canto e toco um tanto que é pra te encantar
Canto para mim qualquer coisa assim sobre você
Que explique a minha paz
Tristeza nunca mais

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Liga Dura...


Está uma moda de abandonar bebês. Não consigo entender o tipo de crueldade envolvida neste assunto... jogar na lata de lixo, no rio, pelo muro, no banheiro do hospital, numa vala de esgoto... Simplesmente não podiam deixar em um orfanato, ou ir ao conselho tutelar? Quando morei em São Luís, tive a oportunidade de ter a Júlia(nome fictício), recém-nascida, como paciente. Ela foi deixada numa vala de esgoto, ao lado de uma tesoura enferrujada, toda picada por formigas... Teve tétano neonatal. Para quem não sabe, em palavras mais comuns, ela tinha uma rigidez no corpo, não conseguia relaxar as costas, tinha de tomar diazepan para relaxar um pouquinho, além de vários antimicrobianos para as outras infecções. Após curar sua delicada pele, restaram várias cicatrizes. Quando o caso saiu no jornal, um "zilhão" de casais surgiram para adotá-la, com o passar dos meses ninguém mais apareceu. Ficou sendo cuidada por uma ONG católica de freiras enquanto não ia para um abrigo definitivo. A mãe, desconfia-se que era uma adolescente moradora de rua (Júlia foi achada perto da casa da tia do meu ex-noivo, então os boatos no bairro da COHAB se espalhavam). Bem, quem sou eu para julgar essas mães. Muitos danos psicológicos, drogas, depressão pós-parto, desespero,enfim... Percebi que a maioria das mães que fazem isso são multíparas (vários filhos) ou muito jovens, ou moradoras de rua... Até a pobreza influencia.
Uma vez ouvi de uma mãe que me disse que filho se tem, se cria, com dinheiro ou sem, que isso não seria desculpa para não querer um filho, ou adiar uma gravidez. Se o pobre consegue criar (tá, com condições precárias, mas cria) então os mais abastados também. Então creio que a solução seria o planejamento familiar, condições anticoncepcionais e discriminalização do aborto, apesar que neste último caso nem sei se sou a favor ou contra. Penso naquelas grávidas desesperadas que fazem aborto clandestino, ficam doentes e até morrem( vide o filme "Regras da vida"); tomam um monte de remédios e outras drogas e quando os fetos não morrem, podem ter seqüelas terriveis, mal-formações...Mais sobrecarga para o sistema público e privado em tratamento (mas afinal queremos "trabalho", e elas dão "trabalho", e permanecemos empregados, sem ligar para a qualidade de vida que uma mãe e uma criança dessa terá... é só isso?) Imagino que com a discriminalização do aborto ficar grávida não seria um problema, é só ir ao obstetra e pedir para interromper a gravidez, e sexo não seguro seria mais "divertido" ainda, sem preocupações. Aí viriam mais casos de doenças sexualmente transmissíveis(contrair o HIV, o mais preocupante), mais custo ao governo no tratamento destas, etc. Uma bola de neve. Mas que tal promover o uso do DIU (dispositivo intra-uterino) nas jovens? O uso da camisinha já é promovida, são distribuídas nos postos de saúde e na escola, porém ainda aparecem um monte de mães adolescentes (na hora em que pega fogo, não se liga tanto em prevenção... culpa dos hormônios?).
E a Lei 9.263 (Lei Sobre Planejamento Familiar), de 1996 (art.226 da Constituição Federal)? Tá, sei que umas arrependidas da laqueadura tubária correm atrás do prejuízo e tem grana (poucas vagas no sistema público) para reverter o "estrago", inseminações artificiais e etc. No site Wikipedia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Laqueadura) explica sobre o que é a laqueadura. Mas o que me chama atenção é o seguinte: "Segundo a Lei (9.263, já citada), para ser submetida à laqueadura, a mulher precisa ter mais de 25 anos ou dois filhos. Além disso, ela também precisa de uma reunião de Planejamento Familiar e entrevista com assistente social. A cirurgia também não pode ser feita logo após o parto ou a cesárea, a não ser que a mulher tenha algum problema grave de saúde ou tenha feito várias cesarianas.A decisão de realizar a cirurgia deve ser tomada com ponderação e cautela, visto que a mulher está sujeita a danos psicológicos e muitas chegam a se arrepender de tê-la feito. Segundo alguns dados, cerca de 60% das pacientes que querem fazer reversão é porque mudaram de parceiro, os outros motivos principais são a perda dos filhos ou mudança nas condições financeiras."
Dois comentários: sabe-se que a maioria das laqueaduras são feitas fora da lei. Se conversa com o obstetra, combina o valor ou o esquema, e tudo é feito imediatamenteapós a cesária. Acho que só vi esse negócio de seguir a lei em hospitais universitários... Outro comentário: para que tanta burocracia? Será que não se enxerga que é melhor tanto para as famílias quanto para as crianças que nascem? "Ah, me arrependi de ter laqueado..." fazer o quê? Adota uma dessas crianças que foram enxotadas por suas mães...
E sobre a Júlia, se curou do tétano, recuperou uma aparência natural da pele e foi adotada. Pense bem.

terça-feira, 26 de abril de 2011

30 minutos


Depois de esperar a chuva cair, fui eu quem começou a chorar. Não acreditava que aquilo e outras situações que aconteciam repetidamente ainda me mantinham no mesmo emprego. Chorei de vergonha, de impotência, de raiva, de tristeza. Ver que nas mãos que reanimava um recém-nascido de trinta e três semanas não adiantava o esforço, a paixão e o gostar do que faz, tirar um dinheiro do bolso às vezes para ajudar a comprar uma medicação, fraldas, sabonete ou até uma passagem de volta para a mãe que mora em outra cidade. Não adiantava ter estudado por sete anos e meio, ter me atrasado na faculdade para ter de trabalhar e ajudar minha família. Ter feito uma residência meio desastrosa, em meio à falta de recursos financeiros, novamente ter de por em detrimento meus estudos ao apoio financeiro à família, ter de escolher entre lazer e obrigações, ter depressão e ser chamada de louca pelos seus preceptores, ter um hospital universitário, uma diretora de pediatria e pediatras apaixonados pelo seu trabalho, onde não negavam vaga para criança sequer, mesmo que as enfermarias e UTIs estivessem lotadas (as crianças poderiam ficar nas cadeiras, nos corredores ou até no chão em um pedaço de papelão, como foi na epidemia de dengue no Maranhão em 2007). Naquele momento, não adiantava os idiomas que eu falava, os anos em que estudei piano, tantos livros que li, atualizações, congressos... Não adiantava minha paixão pela profissão. Foram anos que se passaram em minutos. Em trinta minutos. Enquanto reanimava na escuridão, chorava como a criança que achava que no mundo tudo era certo, seguro, responsável, não essa realidade caótica. Eram três crianças graves em uma unidade semi-intensiva neonatal. Eu realmente me achava na escuridão, na escuridão da minha alma. Não sabia o que fazer, onde ir... Adiantava reclamações e alertas já feitos anteriormente? Foram trinta minutos em que a energia faltou, não sabiam como ligar o gerador, a reanimação não funcionava direito. Ao chegar em casa, desabafei: “não estudei tanto,me esforcei em meio a humilhações, me estressei e me estresso todos os dias para não fazer aquilo que aprendi”. É, a saúde pública é um caos e a gente tenta fazer o melhor possível. Como disse Ricardo Gurgel, vice-presidente da Sociedade Sergipana de Pediatria em entrevista ao Fantástico: “O pediatra trabalha muito, recebe telefonema em casa, tem que estar à disposição da família. E ganha pouco”. Quando me acalmei e pensei que só o que podia esperar é que aquela criança morresse (nem a mãe a queria), me vi em confronto comigo mesma: “não é isso que te faz feliz, ajudar as pessoas, tranqüilizar e consolar famílias, compartilhar momentos bons e ruins, cuidar de crianças? Melhor garantir esse emprego”. Percebi que meu coração estava se embrutecendo paulatinamente, imperceptivelmente, mas estava. Porém, o medo de me tornar mais um daqueles médicos que nem olham no rosto do paciente, não sabe dar uma palavra de conforto, não sorri, não tem paciência para escutar, não examina, foi bem maior. Fiz um juramento e esse foi o momento mais feliz da minha vida, o ápice de tanta luta. Agradeço àqueles que reconhecem meu trabalho, até os que o fazem em silêncio. Em trinta minutos,vergonha, raiva, desespero, impotência, escuridão me fizeram ruir. Em trinta minutos, lembranças de sorrisos, esperança, incansável busca pelo saber e a luz de Deus me fizeram voltar a acreditar.

domingo, 24 de abril de 2011

Resolvi dar um tempo a mim mesma. Cansei de procurar. Chega uma idade (no caso a minha, 30 anos) em que as cobranças e comparações são inevitáveis. Mas não estou louca pra casar. Amo meu trabalho, mais até do que devia. Quando estou de folga, fico doida pra dar uma passadinha lá. Me divirto no aeroboxe. Me aprimoro no jiu-jitsu (e eu era tão preconceituosa com isso...). Faço planos. Tento achar o equilíbrio. Quando tiver e se tiver que chegar eu saberei. Quero deixar o passado definitivamente no passado. Ler bastante. Ter uma ótima qualidade de vida. Quitar meu apê, trocar de carro talvez. Viajar, ir a congressos, fazer novas amizades. Vou ter que engular a seco a carência afetiva e canalizar minhas energias e necessidades para outro rumo. Chega de sites de relacionamentos. Chega de sair pensando em paquerar. Então, papai, vovô, papagaio e periquito me deixem em paz. Mas tudo bem, eu entendo vocês.

Já faz tanto tempo...

"No caminho de Santiago me achei.

E quando me achei, me perdi pois te achei.

Meu prícipe encantado, cavaleiro,

cientista maluco, brasileiro.

Aquele por quem meu coração bate,

aquele cujas lembranças ficarão na eternidade.

Por que o que vivemos me impede de outras chances?

Tento achar serenidade pra enfrentar a solidão, mas ela se esvai num relance.

Já faz tanto tempo...

tempo em que nos achamos, brincamos e vivemos...

Vou te deixar brincar de ser feliz..."

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Hoje fiquei toda boba... me deu vontade de sonhar de novo. Mas ando ressabiada, com somente meio pé à frente. É que minha vida amorosa se não a considerasse quase nula neste último ano, eu a consideraria um desastre. Estou com medo de me iludir mais uma vez. Mas esse é o jogo do amor. Quem mandou acreditar nele, ser romântica, acreditar que a "maldição de mulheres frustradas" da minha família (risos) não vai me pegar? Vim para acabar com essa palhaçada. Só espero que não queiram mais me fazer de palhaça.
...

Haja o que houver

MadreDeus

Composição : Pedro Ayres Magalhães

Haja o que houver

Eu estou aqui
Haja o que houver
espero por ti

Volta no vento ô meu amor
Volta depressa por favor
Há quanto tempo, já esqueci
Porque fiquei, longe de ti
Cada momento é pior
Volta no vento por favor...

Eu sei quem és
pra mim
Haja, o que houver
espero por ti...

Há quanto tempo, já esqueci
Porque fiquei, longe de ti
Cada momento é pior
Volta no vento por favor

Eu sei quem és
pra mim
Haja, o que houver
espero por ti...

domingo, 17 de abril de 2011

Sobre uma frase que li

Eu quero um amor pra vida toda, daqueles que só de olhar sabe-se que vale a pena não prestar atenção nos defeitos, que só de sentir, o coração acelera, a imaginação voa, você se lembra de uma música e dá logo vontade de cantar e dançar. Amor daqueles que se celebra do nascer do sol ao nascer da lua, em que a rotina faz parte de algo que se gosta compartilhar. Daqueles que faz sonhos e planos possíveis e impossíveis, que se ri de piadas infames. Que chora de preocupação. De quem se espera ter mil filhos (risos). Amor daqueles que se faz questão de juntar os cacos quando um deles se quebra, e passar super cola, band-aid, merthiolate, dá uma sopradinha e um beijinho e passa. Amor daqueles que você olha nos olhos da pessoa e reconhece que ela te ama e sabe ao mesmo tempo que essa pessoa sabe que você a ama. Amor do trivial ao incomum. Amor que ri da sua chatice e te faz rir de si mesmo. Amor que espera amizade eterna, confiança sempre, compreensão eterna. Que sabe dar o tempo necessário ao outro assimilar certas atitudes suas. Que preserva a individualidade de cada um. Que respeita limites mas sabe a hora certa de quebrar regras. De brincar de quem é mais forte em carregar o outro no colo. De jogar na mesa e fazer amor. De ver TV e rir das coisas mais idiotas. De comentar o jornal e discutir politica, religião, filosofia e futebol sem medo. Amor que soma e até multiplica. Amor que se ama sem vergonha. Amor pra vida toda.